domingo, 20 de junho de 2010

Grafologia

O "A" em forma de triângulo indica um temperamento agressivo e autoritário. Um "C" enrolado é sinal de egoísmo. O "J" com a perna sinuosa mostra uma pessoa traumatizada e rancorosa. Para quem acredita na grafologia, as letras podem revelar a alma de uma pessoa. Essa é uma verdade apregoada há seis séculos por adivinhos e videntes. Agora, ganhou ares de ciência. Grandes empresas resolveram usar a grafologia na hora de selecionar novos funcionários. O objetivo é barrar os candidatos incompetentes, preguiçosos ou desonestos. Como? Sutilezas como interrupções bruscas, torções ou inclinações acentuadas podem conter revelações inimagináveis. Basta, para isso, o grafólogo interpretar essas minúcias gráficas como indícios seguros de uma personalidade inconfiável.

A avaliação grafológica é realizada por empresas especializadas. A mais famosa delas é a Grafia, do psicólogo Alberto Swartzman, 41 anos, que fez Pós-Graduação em Grafologia na Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro. Espécie de guru da interpretação da escrita, Swartzman cobra R$ 100 por consulta, atende empresas e pessoas físicas e acaba de lançar um livro (Grafologia - manual prático) para quem deseja se iniciar nos mistérios da ciência de decifrar as letras. Sua clientela inclui laboratórios farmacêuticos, lojas de departamentos e companhias de seguro. No total, são mais de 50 firmas. Nenhum candidato a um posto de trabalho é obrigado a fazer o teste grafológico. As companhias precisam obter uma autorização por escrito do pretendente ao cargo para enviar o texto. Antes de responder a cada consulta, Swartzman recebe do cliente uma descrição pormenorizada das características exigidas para o preenchimento da vaga. Honestidade e sociabilidade são os itens mais valorizados.

Mas existem empresas que desejam saber detalhes sutis da personalidade do candidato ao cargo. Algumas vasculham até mesmo a opção sexual do futuro funcionário. "Para muitos empresários, o homossexualismo acaba sendo uma restrição no momento de contratar um empregado", afirma Swartzman. Nesses casos, o grafólogo lava as mãos. A particularidade não é registrada no relatório sobre o candidato. "Em geral, faço a observação diretamente ao chefe do departamento pessoal pelo telefone. A decisão final é da empresa", relata o grafólogo. Mas como detectar, sem margem de erro, a opção sexual? "Não é difícil. A grafia dos gays apresenta sinais inconfundíveis, como floreios, coqueterias e excesso de curvas. Já as lésbicas exibem ângulos pontiagudos nas letras", explica Swartzman. Em consultas para pessoas físicas, muitas vezes, o grafólogo precisa desvendar casos de adultério, como se fosse um detetive. "Uma senhora me trouxe um texto do marido para saber se estava sendo traída. Constatei que ele era, de fato, desonesto, mas não poderia garantir que era adúltero."

Segredos de alcova não interessam à Price Waterhouse, uma das mais importantes empresas de auditoria e consultoria do mundo. Mas outros aspectos da personalidade como sociabilidade, capacidade de concentração e objetividade são itens fundamentais para a avaliação de futuros empregados. "O principal item é a sociabilidade. Afinal, trabalhamos sempre em equipe", diz a psicóloga Edna Godoy, do departamento de recursos humanos da empresa. Ela admite que a grafologia pode levar a equívocos, caso seja utilizada de modo inadequado. "Para não cometer a injustiça de recusar um candidato por dados puramente subjetivos, associamos a grafologia a outros testes. Na realidade, o modo como o candidato escreve fornece subsídios para validar outras informações obtidas ao longo do processo seletivo."

Essa cautela é necessária. Entre os psicanalistas, a grafologia é vista com restrições. "A fala é muito mais importante porque revela atos falhos. A grafia mostra apenas o temperamento, não a personalidade", analisa a psicanalista carioca Regina Taccola. "A grafologia funciona apenas como ponto de partida. Definir a personalidade humana pela grafia é pretensioso demais", reforça Marlene Dias da Silva, da Sociedade Brasileira de Psicanálise. De fato, nada é tão simples como parece. Uma letra ascendente que, para o grafologista, sinaliza ambição desmedida, por exemplo, pode representar um disfarce para um complexo de inferioridade, segundo a interpretação do psicanalista. "Na realidade, nada substitui a entrevista com o candidato a um posto de trabalho. As empresas apelam para a grafologia para economizar tempo. O perigo é estabelecer um diagnóstico simplista e precipitado", adverte Raquel Zeidel, também da Sociedade Brasileira de Psicanálise.

A grafologia tem origem curiosa. Ela nasceu no confessionário de uma igreja na Espanha, no século XIV. O rabino Samuel Hangid costumava aconselhar os fiéis depois de analisar o modo como eles escreviam bilhetes. Dois séculos depois, médicos espanhóis e italianos começaram a fazer uma comparação entre a grafia e o caráter. Surgiram as primeiras tentativas de estabelecer regras de análise da escrita. A história começou a ficar séria mesmo quando surgiu a primeira escola de grafologia, em Paris, no século XIX. Depois disso, os grafólogos incorporaram conceitos de Freud e Jung para interpretar o inconsciente por meio da análise da grafia. Há casos em que não é difícil perceber uma ambição sem freios. Nas cartas que o sequestrador Leonardo Pareja - que liderou uma rebelião no presídio de Aparecida de Goiânia, em Goiás - escreveu à polícia, a letra "M" aparece com as pernas reforçadas para baixo, o que indicaria forte atração por dinheiro, afirmam os grafólogos.

Nem sempre uma letra bonita é sinônimo de personalidade harmônica e bem resolvida. Os especialistas dizem que a beleza do traço tem valor estético, mas não diz muito sobre o caráter. A caligrafia ilegível, no entanto, demonstra com certeza que a pessoa tem dificuldades de se comunicar com os outros. Seria um indício de inadaptação ou mesmo sentimento de inferioridade. Em contrapartida, quem escreve com excessiva clareza, fazendo questão de sublinhar seguidamente as palavras, pode no fundo esconder uma carência afetiva. O certo é que a falta de acentuação e pontuação corretas caracteriza uma personalidade negligente.

A análise da grafia de políticos também pode ser esclarecedora. Nesses casos, o melhor é atentar para a assinatura. Especialmente se o político é dado a escrever bilhetinhos, como o ex-presidente Jânio Quadros. Seus recados para assessores, com recomendações, críticas e elogios, foram sua marca registrada. O detalhe que chamou a atenção dos grafólogos foi a mania que Jânio tinha de arrematar a assinatura com um ponto final. Os especialistas dizem que isso é sinal de autoritarismo. Mas indica ainda que Jânio era uma pessoa desconfiada e tinha obsessão em ser perfeito. Quando se debruçaram sobre a assinatura do ex-presidente Fernando Collor, os estudiosos notaram que ele fazia questão de realçar o sobrenome. Para os especialistas em grafologia, isso é indicativo certo de vaidade e orgulho

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Inscrições para o Enem 2010 começam dia 21 de junho

O período de inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010 será de 21 de junho a 9 de julho, exclusivamente pela internet. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (9) pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Joaquim José Soares Neto. Ele confirmou que as provas serão aplicadas nos dias 6 e 7 de novembro.

O exame continuará com 180 questões de múltipla escolha e uma redação. A novidade para a edição deste ano é a inclusão de língua estrangeira. No momento da inscrição, o aluno deverá escolher entre inglês e espanhol.

No primeiro dia do Enem (sábado, 6 de novembro), as provas serão de ciências da natureza e humanas, cada uma com 45 questões. No domingo (7), os candidatos serão avaliados em matemática e linguagens, cada uma com 45 questões, e também terão de fazer uma redação. No primeiro dia, o exame começará às 13h e acabará às 17h30. No segundo, os estudantes terão uma hora a mais e a prova terminará às 18h30.

MURAL: O Enem continua com 180 questões de múltipla escolha e uma redação e o tempo para fazer a prova permanece o mesmo. Você acha que o MEC deveria rever essas questões?

Será cobrada a mesma taxa de inscrição das edições passadas, R$ 35. Os alunos de escolas públicas são isentos. Como nos anos anteriores, as provas também serão aplicadas nos presídios, em datas diferentes. Os detalhes serão publicados em uma portaria na próxima semana.

EM PERNAMBUCO - As universidades Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e do Vale do São Francisco (Univasf) adotaram o Enem como fase única. A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) irá usar o exame apenas na primeira fase. A UPE não adotou o Enem.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Vestibular da UFPE ficará mais difícil

Do Jornal do Commercio

Candidatos que farão vestibular da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no próximo ano terão mais trabalho para conquistar a vaga. O Conselho Coordenador de Ensino, Pesquisa e Extensão decidiu, esta semana, que questões discursivas serão incluídas nas provas das disciplinas específicas da segunda etapa do vestibular. Para este ano, estão mantidos apenas os dois quesitos discursivos de português. O conselho não definiu ainda o número dessas questões em 2011, mas prevê uma ou duas por matéria.

A pró-reitora acadêmica da UFPE, Ana Cabral, acredita que a inclusão das discursivas no concurso do ano que vem tornará a seleção mais completa. “As discursivas vão além do conhecimento meramente memorizado. O estudante tem que articular ideias, avaliar, mostrar entendimento. É um quesito mais completo”, observa a pró-reitora acadêmica. “Preferimos adotar a novidade apenas em 2011 para não interferir na preparação de quem fará o vestibular este ano”, diz.

REDAÇÃO - No vestibular do final deste ano, a UFPE não decidiu ainda se a nota da redação será computada na média da primeira fase, já que a prova que valerá é a do Enem (ao contrário do ano passado), ou se os pontos migrarão para a segunda etapa.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Quadrilha

Carlos Drummond de Andrade

Composição: Carlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história