domingo, 20 de fevereiro de 2011

POEMAS ÁRCADES

SONETO XIV

Quem deixa o trato pastoril, amado,

Pela ingrata, civil correspondência,

Ou desconhece o rosto da violência,

Ou do retiro a paz não tem provado.

Que bem é ver nos campos, trasladado

No gênio do Pastor, o da inocência!

E que mal é no trato, e na aparência

Ver sempre o cortesão dissimulado!

Ali respira Amor sinceridade,

Aqui sempre a traição seu rosto encobre;

Um só trata a mentira, outro a verdade.

Ali não há fortuna que soçobre;

Aqui quanto se observa é variedade:

Oh! ventura do rico! oh! bem do pobre! Cláudio M. da Costa

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